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China e Índia não escapam aos efeitos da crise económica

China e Índia não escapam aos efeitos da crise económica

Banco Central Indiano cortou os juros sem aviso. Pequim divulgou ritmo mais baixo desde 2003.

Bruno Faria Lopes com agências Diário Económico

A crise financeira mundial já contagiou as duas maiores economias emergentes do mundo. Ontem, o banco central da Índia cortou inesperadamente as taxas de juro, pela primeira vez desde 2004, para combater a desaceleração da economia indiana. Na China, o maior contribuinte para o crescimento mundial, a economia cresceu 9% no terceiro trimestre deste ano, o ritmo mais baixo desde 2003.

“Isto irá abalar a confiança e mostra que ninguém está imune”, afirmou o economista Ben Simpfendorfer, do Royal Bank of Scotland, em Hong Kong.

No início da crise financeira, em Agosto de 2007, vários economistas apontavam que os países emergentes – em especial os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) estavam menos correlacionados com as economias desenvolvidas e que, por isso, resistiram melhor à crise, funcionando como o novo motor da economia global. Mais de um ano depois, contudo, os sinais de abrandamento nos gigantes emergentes asiáticos começam a ser bem visíveis.

Na China, o crescimento de 9% registado entre Junho e Setembro foi o mais baixo desde o surto de pneumonia atípica em 2003. A contribuição do comércio para o crescimento caiu para metade nos primeiros nove meses do ano – à imprensa chinesa, um porta-voz do instituto estatístico chinês admitiu que o crescimento das exportações poderá abrandar “substancialmente”. Na província de Cantão – o coração industrial da China – o Governo está a estudar a criação de um fundo de apoio aos trabalhadores desempregados, cuja contestação social não pára de aumentar.

Na Índia, o corte nos juros feito pelo banco central – de 9% para 8% – surge após a descida nas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Devido à crise, o FMI reviu o crescimento de 2008 para 7,9% e de 2009 para 6,9% – a economia indiana deverá ter crescido 9,3% em 2007. “O corte de 100 pontos base é um reconhecimento de que nem tudo vai bem com a história do crescimento indiano”, comentou Nandkumar Surti, da JP Morgan India
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