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Maior consumo na China criará oportunidades para Portugal



Devadas Krishnadas, conferencista, fundador e presidente doFuture-Moves, esteve em Portugal, a convite da MDS para participar no MDS Talks, na Casa da Música, no Porto.
Com o tema "Engaging China: A Three Level Approach", o especialista confirma ao Dinheiro Vivo que a China, que será a maior economia do mundo até 2030, tem um enorme potencial. Com efeitos a três níveis: "Em primeiro lugar, o consumo da será o principal motor para promover a economia da China", levando à "criação de um modelo económico mais equilibrado do que o atual, que é mais dependente dos investimentos."
Neste sentido, Devadas Krishnadas defende que "o maior consumo criará oportunidades para produtos e serviços portugueses."
Em segundo lugar, a crescente afluência também impulsionará mais chineses viajarem para o exterior. E "Portugal pode lucrar do crescimento do turismo chinês e tornando-se destino de escolha", diz Devadas Krishnadas.
Por fim, "a expansão das empresas chinesas constitui uma oportunidade para as empresas portuguesas que podem aceitar investimentos ou estabelecer parcerias de empresas chinesas, tirando partido de oportunidades de crescimento a nível mundial."
Segundo Devadas Krishnadas, Portugal "pode usar as suas ligações históricas com África para formar parcerias rentáveis ​​com empresas chinesas. A China já é um player de recursos e infra-estrutura em África e só se tornará maior no futuro."

Simultaneamente, a China é um país que está a mudar também ao nível dos custos laborais. "A força de trabalho chinesa está a transferir-se de um salário baixo e pouco qualificado para alto e mais qualificado", defende o especialista.
Devadas Krishnadas.

O motivo? "Aumento dos níveis de ensino e por causa do apoio do governo para que os trabalhadores se beneficiar mais do crescimento económico", diz.
Segundo Devadas Krishnadas, o futuro da força de trabalho chinesa está na transição da manufatura para os serviços. "Isto irá criar mais espaço para a introdução de competências e habilidades para melhorar os mercados chineses em serviços profissionais."
Mas o consumidor tem a ideia de que os artigos 'made in China' são maioritariamente baratos e de menor qualidade. "A perceção que os chineses só produzem produtos baratos e de baixa qualidade está desatualizada. A economia chinesa tem produzido uma quantidade crescente de propriedade intelectual indígena e a taxa de criação de IP está crescendo rapidamente", defende o especialista.
Isto irá lançar bases para a transformação da economia de fabrico eficiente, maior captura de valor e inovação. O que poderá "criar oportunidades para as empresas portuguesas aproveitarem a inovação e a expansão chinesa", defende Devadas Krishnadas, apontando ainda a Huawei, como exemplo do futuro da China.
Relativamente aos sectores em que Portugal tem maiores potencialidades de ser bem sucedido na China, o especialista diz: "Portugal tem vantagens competitivas em infra-estrutura de grande escala e design em uma série de sectores."
Isto porque o crescimento rápido e difuso das cidades chinesas vai criar um grande mercado para tal especialização e os chineses estão a investir na criação de clusters de mega cidade e a escala desses projetos será maior do que qualquer coisa vista na Europa. "Há, portanto, muito espaço para as empresas portuguesas participarem na ação económica, seja por licitação direta ou com parceiros na China", remata.
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