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Seminário sobre a Construção e Planejamento Urbanístico para os Países de Língua Portuguesa 2017

O Observatório da China foi convidado a participar no Seminário sobre a Construção e Planejamento Urbanístico para os Países de Língua Portuguesa 2017, sendo destacado o Dr. José de Sousa para essa mesma representação. Afim de obter uma descrição mais pessoal, partilhamos consigo o seu testemunho sob a iniciativa:

Viagem Jose de Sousa1

"Tive a oportunidade de participar num seminário sobre planeamento urbano organizado pela Business School de Xangai e a China Aid, entre 15 e 28 de Agosto. Este seminário dirigiu-se a países de língua portuguesa e contou com delegações do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Portugal. Esta acção insere-se numa forte diplomacia económica que a China está a levar a cabo, revelando que está aberta ao mundo e o que de melhor tem para oferecer. E de facto, Xangai foi uma surpresa agradável. É uma cidade bastante sofisticada, com abundantes espaços verdes; com espaços públicos de grande qualidade que tornam agradável conhecer as zonas centrais da cidade andando a pé. Tem uma qualidade do ar e níveis de ruído bastante aceitáveis, a que não será alheia a política de mobilidade em que apenas 20% das pessoas utilizam automóvel. Xangai dispõe de óptimos transportes públicos com uma extensa e moderna rede de metro com cerca 580 km. A bicicleta continua a ter grande importância (ao contrário das duas outras cidades que visitei, Qingdao e Dalian), tirando partido da utilização de tecnologias de comunicação no seu uso partilhado. De facto, gerir uma área metropolitana com 55 milhões de pessoas com aparente sucesso, é obra. O planeamento é essencial!

Viagem Jose de Sousa2

Outro aspecto interessante é o sistema de pagamentos, com a utilização generalizada do telemóvel e dos códigos QR.

A China parece apostada, entre outras coisas, em valorizar o seu património histórico. Em cidades modernas e relativamente jovens como Qingdao e Dalian (pouco mais que 100 anos) esse património é escasso. Um dado curioso da visita a estas duas cidades foi conhecer algo deixado por estrangeiros. No caso de Qingdao, antiga colónia alemã, uma fábrica de cerveja fundada por alemães e o palácio do governador alemão. Em Dalian, uma rua com edifícios construídos por russos. Sobretudo no primeiro caso, isto parecer revelar que a China deixou para trás os traumas da colonização europeia de partes do seu território e procurar agora tirar partido do que de positivo ficou.

A nossa percepção da China não pode continuar a basear-se pela medida das lojas dos chineses. Se o fizermos, cometeremos um erro grave."

José de Sousa
[Vogal da Direção do Observatório da China]
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