A tumba de Qinshihuang, o primeiro imperador da dinastia Qin, situa-se no sopé do monte Lishan a cerca de 20 quilômetros da cidade de Xi´an, província do Shaanxi. O dono da tumba é tido como o "primeiro imperador da antiguidade". A imponência da tumba e suas lendas são dignas de dono.
O primeiro imperador da dinastia Qin, Qinshihuang (259 a 210 a. C), chamava-se Ying Zheng. Aos 39 anos, isto é, no ano 221 a. C, unificou todo o país e passou a ser chamado de Shihuangdi, o primeiro imperador da dinastia Qin. O sistema feudal de poder centralizado por ele criado foi seguido pelas dinastias posteriores. As medidas por ele adotadas tais como a unificação de letras, moedas, pesos e medidas, e a construção da Grande Muralha e das rodovias influenciaram a história.
A tumba de Qinshihuang foi construída entre 246 e 208 a. C.. No ano do início da construção, Ying Zheng tinha apenas 13 anos e tinha acabado de assumir o trono. Durante 39 anos, foram mobilizados mais de 700 mil trabalhadores. É de notar que na dinastia Qin, a população total do país era estimada em 20 milhões de pessoas.
Aproximando-se da tumba de Qinshihuang, vê-se uma grande colina chamada "cobertura de terra". Segundo os registros históricos, a cobertura de terra tinha 115 metros de altura. A erosão provocada pelos fortes ventos e chuvas durante mais de 2.200 anos a rebaixou. Além da colina, a tumba mostra-se muito simples e não tem quase nada em sua superfície. Obviamente, este não devia ser o estilo do imperador.
Através das prospecções arqueológicas, descobriu-se que a tumba tem 7,5 quilômetros de comprimento no sentido leste - oeste e norte - sul, cobrindo uma área de 56,25 quilômetros quadrados. A colina era vedada por dois muros construídos em pilão de taipa de forma retangular. O muro interior tinha 3870 metros de comprimento e o exterior, 6321 metros. Existem hoje apenas alguns trechos dos muros e o resto, só a fundação subterrânea.
Na parte norte do muro interior há as ruínas de um grande conjunto de construções. Segundo arqueólogos, devem estar lá o salão residencial e o salão do eterno descanso do imperador. O salão residencial é o principal, pois ali repousa a alma do imperador e serve como um templo. O salão de descanso é uma parte anexa ao salão principal destinado ao repouso da alma do imperador e servia aos banquetes. Os mobiliários são idênticos aos adotados pelo imperador quando vivo. Como uma invenção de Qinshihuang, esta distribuição na construção das tumbas foi seguida pelas dinastias posteriores.
Quando vivo, Qinshihuang tinha ambição de conquistar o mundo e não iria conformar-se com a solidão depois da morte. Na área da tumba, já foram descobertas mais de 600 relíquias de fossas de objetos fúnebres e tumbas secundárias.
A cova da carruagem de bronze recebeu este nome por serem desenterrados da localidade duas carruagens de bronze trabalhadas em desenhos coloridas. Elas medem a metade das carruagens utilizadas pelo imperador e foram fundidas em bronze. Seus ornamentos são em ouro, prata e desenhos coloridos. As carruagens pesam 2,3 toneladas e possuem mais de 7000 peças montadas com a mais alta tecnologia conhecida no período. Além disto, possuem um fino acabamento e as imagens dos soldados são absolutamente vívidas. Por esta razão, são as principais descobertas de bronze da antiguidade. Quando foram desenterradas, as carruagens de bronze estavam fragmentadas em milhares de pedaços e foram restaurados por técnicos. Especialistas consideram que eles simbolizam as carruagens de Qinshihuang.
As duas covas que guardavam centenas de cavalos simbolizam o curral do imperador.
Existem 17 covas com aves e animais raros. São, provavelmente, imitações dos campos de caça nas proximidades do palácio imperial.
A cova de elmos é a maior entre as covas descobertas e mostra o nível dos armamentos na dinastia Qin.
Noutra cova, foram descobertas as estátuas dos acrobatas em terracota. Elas provavelmente retratam uma das apresentações destinadas ao imperador. Muitos deles estavam levando grandes vasos no ombro, saltando em varas etc.
Há três covas de guerreiros em terracota, mostrando as formações completas de combate.
Foram descobertas muitas covas secundárias com diferentes donos. Segundo registros históricos, a partir do ano 384, o reino Qin revogou a ordem para se enterrar vivos os súditos que pertenciam ao falecido dono. Depois da morte de Qinshihuang, no entanto, todas as concubinas que não tinham gerado um filho foram mortas. Para evitar a revelação das informações sobre as instalações e objetos fúnebres na tumba, milhares de trabalhadores foram enterrados vivos na tumba. Existem 17 tumbas especiais que mostram a identidade de seus donos através da envergadura, materiais dos caixões e objetos fúnebres. No entanto, os vestígios arqueológicos apontam ainda as péssimas condições de vida e os donos destas tumbas podem ser príncipes ou princesas mortos durante as disputas políticas na corte nos finais da dinastia Qin.
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