Portugal já recebeu oito mil milhões de euros de investimento chinês nos últimos dois anos, afirmou hoje o secretário-geral do PSD, Matos Rosa, no final de um encontro com o embaixador da China, em Lisboa.
"Passámos em retrospetiva os investimentos chineses, nos últimos dois anos as empresas chinesas investiram mais de 8 mil milhões de euros num momento importante para Portugal, que precisava de investimento naquele momento", disse hoje o dirigente social-democrata à Lusa, no final de uma reunião solicitada pelo embaixador da China em Portugal, Huang Songfu.
"Foi uma visita de cortesia, inserida no âmbito das reuniões que o PSD tem regularmente com embaixadores em Portugal", acrescentou Matos Rosa, anunciando que, em junho, Portugal vai receber a visita de "um alto dirigente chinês, o quinto na hierarquia do Partido Comunista, que se insere no âmbito da rotatividade de visitas, e que é importante para acelerar esta cooperação comercial e de amizade entre Portugal e a China".
Questionado sobre os setores onde as empresas chinesas mais mostraram interesse, Matos Rosa respondeu que, "numa primeira fase, o investimento chinês foi mais direcionado para o setor financeiro, mas agora estão a fazer apostas noutras áreas, como a agricultura, as transformações, os laticínios e vinhos, que são áreas muito importantes para os produtores e empresários e nas quais o PSD e o embaixador tudo farão para apoiar e ajudar os empresários e produtores".
A aposta das empresas chinesas na banca, primeiro, e no setor produtivo, agora, é encarado como o início de uma cooperação mais vasta, acrescentou Matos Rosa: "Primeiro houve uma fase de aposta no setor financeiro, agora é mais no setor produtivo, agricultura, instalação de fábricas privadas chinesas, aliás, já há duas no norte do país na área dos moldes e das cobertura para prédios e fábricas, e isto é o pontapé de saúde para outras empresas chinesas instalarem-se em Portugal e criarem emprego português, que é muito importante nesta fase", enfatizou o secretário-geral do PSD.
"Damos lições ao mundo global em termos de cooperação política e global, como por exemplo no caso de Macau. Portugal precisou de ajuda e de credibilidade externa e o que embaixador transmitiu [na reunião de hoje, na sede do PSD, em Lisboa], é que a China acredita em Portugal e que o país vai superar a crise, está no bom caminho", concluiu Matos Rosa.
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