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Primeiras-damas da China e EUA com "novo modelo" de diplomacia

As primeiras-damas da China e Estados Unidos da América, Peng Liyuan e Michele Obama, visitaram hoje juntas uma escola de Pequim, inaugurando "um novo modelo" de relacionamento entre as duas maiores economias mundiais.

Primeiras-damas da China e EUA com novo modelo de diplomacia

O convite de Peng Liyuan a Michelle Obama é "um gesto sem precedentes" na diplomacia da República Popular da China, país onde o próprio estatuto de primeira-dama é uma novidade.
Michelle Obama chegou na quinta-feira a Pequim, primeira etapa de uma visita de uma semana à China, acompanhada pelas duas filhas, Malia e Sacha, e pela mãe, Marian Robinson.
"É muito raro ter oportunidade para viajar fora dos Estados Unidos e ainda mais raro ter a oportunidade de viajar com três gerações. E não é por acaso que uma das nossas primeiras viagens como família seja aqui, à China", disse a primeira-dama norte-americana.
"As relações entre os Estados Unidos e a China são muito importantes", acrescentou.
A anfitriã, Peng Liyuan, deu também um toque pessoal à ocasião, dizendo que estava "encantada" com a visita de Michelle Obama e que era "um prazer ver pessoalmente" a sua homóloga norte-americana.
O tempo também ajudou: Pequim é uma das capitais mais poluídas do mundo, mas hoje houve sol e céu azul, e os termómetros subiram aos 22 graus.
Depois da escola, as duas mulheres visitaram o antigo palácio imperial, conhecida como "Cidade Proibida", uma das maiores atrações turísticas da China e que serviu de cenário ao filme "O Ultimo Imperador", de Bernardo Bertolluci.
Antiga soprano das Forças Armadas chinesas, nascida em 1962, Peng Liyuan é dois anos mais velha do que Obama.
Ambas são figuras muito conhecidas nos respetivos países e vestem-se com elegância.
"A América tem Michele Obama, a China tem Peng Liyuan", proclamou uma revista chinesa há um ano, quando Peng acompanhou o marido, Xi Jinping, na sua primeira visita oficial como Presidente da República.
Até então, a expressão "primeira-dama" (Di Yi Fu Ren, em chinês) estava reservada às mulheres dos chefes de Estado estrangeiros.
"É raro a primeira-dama da China desempenhar um papel central na atividade diplomática e é por isso que esta visita pode ser vista como o início de um novo modelo", afirmou um professor de Relações Internacionais, Zhang Jie, citado pelo Global Times.
Um antigo embaixador chinês, Chen Mingming, disse ao China Daily que a viagem de Michelle Obama "não pode ser interpretada como uma visita pessoal" e, pelo contrário, "reflete a importância que o Presidente norte-americano atribui às relações com a China".
No sina weibo, o twitter chinês, a visita de Michelle Obama suscitou mais de 120.000 comentários, com muitos internautas a enaltecerem a elegância de Peng Liyuan.
"A nossa 'Mãe da Nação' não tem vergonha de estar frente à primeira-dama dos Estados Unidos. Tão elegante", dizia um dos comentários.
Além de Pequim, a família Obama visitará Xian e Chengdu.
Entretanto, os presidentes dos dois países vão encontrar-se na próxima semana na Holanda, à margem da Cimeira sobre Segurança Nuclear em Haia.
Apesar das persistentes divergências políticas e de diferentes prioridades geoestratégicas, os EUA são o maior mercado das exportações chinesas.
Em 2013, as exportações chinesas para os EUA somaram 368,4 mil milhões de dólares (270,6 mil milhões de euros), mais 21 mil milhões de euros do que a China vendeu a toda a União Europeia, que continua a ser o seu maior parceiro comercial.

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