O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, afirmou hoje, em Leiria, que a relação cultural entre o país e a China tem um "potencial enorme", que Portugal tem "obrigação de explorar".
"A mistura de culturas tendo como base a nossa é, inquestionavelmente, um fator de aproximação entre os povos e há um caminho muito grande a percorrer nesta relação que é uma relação com potencial enorme e que temos obrigação de explorar", afirmou José Cesário.
O governante, que falava na sessão de abertura do IX Fórum Internacional de Sinologia, referiu que, "evidentemente, a relação económica é fundamental", considerando que o país deu, nesta matéria e nos últimos anos, passos "decisivos".
"De 2010 até hoje, Portugal mais do que triplicou as exportações para a China", declarou, referindo que o país tem "mais 200 exportadores hoje do que há dois anos".
A este propósito apontou uma "revolução na mentalidade de muitos" dos empresários nacionais que os levou a "perceber que o mundo não se esgota" nas fronteiras do país, nem das da União Europeia.
"Além da relação económica, é fundamental a relação cultural", reiterou, manifestando o desejo de que os institutos Politécnico de Leiria e Português de Sinologia -- que, com a Câmara de Leiria, organizam o fórum - "prossigam este esforço de aproximação entre Portugal e a China centrada na cultura destes dois grandes países que têm tanto a dar ao mundo e tanto a dar um ao outro".
Já o conselheiro cultural da Embaixada da República Popular da China, Shu Jianping, salientou o excelente ambiente nas relações entre os dois países, que hoje assinalam o 35.º aniversário de relações diplomáticas.
"Com o aumento da abertura da China e a intensificação da corporação com o exterior, há cada vez mais pessoas interessadas em conhecer a China e a cultura chinesas", declarou Shu Jianping, observando, contudo, que "este conhecimento ainda é muito limitado".
Nesse sentido, felicitou o Politécnico de Leiria "pelo grande esforço de promoção da cultura chinesa e do ensino do chinês para portugueses e do ensino de Português para chineses".
"É um esforço muito importante para estreitar ainda mais as relações entre os nossos dois países", apontou.
Por sua vez, o presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, apontou o envolvimento do município na iniciativa por acreditar "na importância da memória e da ambição, na cultura do conhecimento e na educação da partilha".
"É incontornável agir, sobretudo em áreas que têm sido sistematicamente abandonadas apenas porque alguns aprenderam a desculpar-se com os tempos difíceis em que vivemos", referiu Raul Castro.
"Todos temos o dever de contribuir, em especial quando rareiam ações e exemplos, sobretudo num momento conturbado para navegar o mar do desenvolvimento económico, para investir na educação, no mundo académico e na criação de sinergias entre culturas", defendeu.
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